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O Tabapuã é uma raça brasileira fruto de cruzamentos entre o gado mocho nacional e animais de origem indiana. Foi na década de 40, no município de Tabapuã (SP), que a raça assumiu as características que perduram até hoje. Mas sua história começa em 1907 na região de Leopoldo de Bulhões, no estado de Goiás.

O fazendeiro José Gomes Louza se interessou pelos reprodutores zebus e importou alguns animais da Índia. Os irmãos Saliviano e Gabriel Guimarães, de Planaltina, adquiriram três desses touros e iniciaram cruzamentos com o gado mocho de seu próprio rebanho. Dali surgiram os primeiros zebuínos mochos no Brasil. Em 1912, vários desses animais já eram expostos na feira da Cidade de Goiás.

Já na década de 30, Lourival Louza, neto de José Gomes, se dedicou ao cruzamento desses animais com o Nelore e deu origem ao gado anelorado mocho ou baio mocho, como ficou conhecido. O sangue do Guzerá e do Gir foram introduzidos mais tarde e também fazem parte da formação do Tabapuã.

Nos anos 40 o gado mocho começou a se espalhar por outras regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos Dourados, levou alguns desses animais de Goiás para São Paulo e presenteou o amigo Alberto Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa, com um garrote zebuíno mocho.

Com interesse em desenvolver bovinos com melhor qualidade, a família Ortenblad criou em 1943 um planejamento zootécnico elaborado. Cem matrizes Nelore foram separadas para as experiências com o touro T-0, como foi chamado o garrote mestiço. Os trabalhos e resultados foram registrados em detalhes. Foi a partir desses cruzamentos que a coloração branco-acinzentada do Nelore predominou nos animais, que permaneceram sem chifres como o gado mocho.

Os bons resultados chamaram a atenção do mercado nos anos seguintes. Em 1970, o Ministério da Agricultura recomendou que o Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, ainda como “tipo”. A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), então, foi encarregada de realizar o registro genealógico da espécie. Em dez anos, o Tabapuã precisaria mostrar através de análises e provas as características que o diferenciavam de outros zebuínos.

O reconhecimento da raça

Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que participou e em 1981 foi definitivamente reconhecido como raça.

O Tabapuã é um “zebu brasileiro”, por esse motivo conclui-se que está mais que adaptado às variações climáticas, tendo criadores nos quatro cantos do Brasil.

As vantagens do Tabapuã para reprodução se destacam entre os zebuínos. De acordo com o Zootecnista e especialista em melhoramento genético de Tabapuã, Fernando Garcia de Carvalho, as principais características da raça são:

É um zebu mocho, não sendo permitido nenhum tipo de calo ou chifre;
Extremamente dócil;
Grande habilidade materna nas matrizes, produzindo mais leite que as fêmeas Nelore;
Carcaça exuberante, com 50% de costelas e 50% de pernas;
Grande produção de carne de alta qualidade;
Terminação de carcaça diferenciada, com mais acúmulo de gordura que outras raças zebuínas.


Fonte: www.educapoint.com.br